sexta-feira, 29 de julho de 2011

Filhos únicos - Vantagem ou não?

Muito bem gente... Depois de um longo tempo sem escrever nada por aqui, estou de volta! Graças a Deus a autorizada resolveu me dar um notebook novo, no qual eu pudesse trabalhar!

Hoje recomeço o blog com o tema “ Filhos únicos – Vantagem ou não?!”
Abordando a seguinte pergunta: Porque algumas mulheres optam por um filho só?!



Li numa matéria da revista Isto É o seguinte:
“Esqueça os estereótipos sobre crianças que crescem sem irmãos”. Especialistas garantem que elas podem se tornar adultos tão, ou mais saudáveis do que aquelas que crescem em grandes famílias.
Geralmente, os filhos únicos são vistos pelos colegas de escola como um ser solitário, até um pouco estranho, e observados por alguns adultos com um ligeiro olhar de pena. O filho único era sinônimo de uma pessoa mimada, egoísta, e por vezes, antissocial. Mas as mudanças sociais e econômicas estão deixando a árvore genealógica nacional cada vez mais enxuta, e as crianças sem irmãos avançam nas estatísticas e se tornam regra, sobretudo nos grandes centros urbanos. Se nos anos 60, as mulheres tinham em média, mais de seis filhos, hoje não chegam a dois por família. A boa notícia é que reinar soberano entre pai e mãe não torna a pessoa necessariamente complicada. Ao contrário, tende a garantir adultos mais bem formados e inteligentes.”



Comentando sobre a nota acima... Vendo pelo lado social e econômico, realmente os casais estão optando por um número reduzido de filhos e isso eu concordo, já que as condições nem sempre favorecem. Mas não sou de acordo que tenham só UM filho.

Não posso me colocar no lugar dos que tem irmãos, dos que brigam pelo videogame, pela bola, pela boneca mais bonita, pelo lanche... Não sei como é dividir roupa com as irmãs, nem todas as outras coisas que eu apenas imagino como seja, já que eu SOU FILHA ÚNICA. E por não saber nada sobre isso, vou falar apenas de como me sinto estando nessa situação.

Acho uma bosta não ter irmãos!!!

Minha mãe não é casada, eu fui fruto de um romance que não sei por que não deu certo. (Mas a vida da minha mãe não vem ao caso!)... E juro que eu gostaria muito que minha querida mãe tivesse tido outro filho, pra me fazer companhia mesmo. Muito ruim não ter uma pessoa com uma diferença de idade maior ou menor que a sua, que tá ali com você em todos os momentos, que grita, briga, ri, chora, abraça, beija, estapeia... Parece bobo né?! Mas isso é o pensamento do filho único, que gostaria muito de dividir suas coisas com alguém. Sejam elas materiais ou emocionais.



Vejo ter um irmão (vou sempre colocar nesse termo masculino, mas no sentido de irmã também), como ter um parceiro, um cúmplice, um amigo... Prefiro não pensar no lado negativo, afinal vejo muitos irmãos de cara fechada um pro outro, com briguinhas e intrigas bobas, e até de irmãos que nem se falam, mesmo morando debaixo do mesmo teto.

Eu sempre me senti muito sozinha, durante algumas horas do dia, eu tinha os colegas da escola, os coleguinhas da rua... Mas uma hora eu voltava pro meu mundinho. E isso me deixava muito triste! Confesso que quando criança, a gente acaba sendo mesmo mais mimada, fica feliz em ter a boneca mais cara, e não precisar dividir com a irmã. Na verdade, nem se importa se seus pais só tinham aquela grana, mas gastaram SÓ com você. Passamos a ser egoístas de alguma forma. E quando vai chegando a adolescência?! Noooossa, uma merda! Os conflitos da idade, dos sentimentos, das descobertas, dos medos... A puberdade é um caos. Pior ainda quando você não tem com quem conversar... Porque claro, o filho único se torna mais calado, mais observador, mais retraído, tímido... Não vai conversar determinadas coisas com qualquer pessoa. Dependendo da relação com os pais, pode arriscar algum assunto por cima. Até porque os pais geralmente não se aprofundam em determinados papos. Na minha adolescência, que pra mim foi a idade mais crítica, devido a vários problemas que tive com meu EU interior (profundo isso né?) ... Bem, na adolescência eu tinha um diário, desabafava, questionava, reclamava, xingava... Tudo ali, justamente por não ter com quem desabafar.



Se eu tivesse um irmão, certamente teria sido muito diferente! Não que eu não tivesse passado pelos mesmos problemas que passei, mas pelo apoio que eu teria tido, do ombro amigo, de um bom ouvinte ao meu lado. O que me fortaleceu, é que com o domínio da escrita, por aconselhamento de um psiquiatra, eu consegui me libertar dos sentimentos de solidão (e é assim até hoje!).

Acho o máximo uma família grande, pai, mãe, uns três irmãos gritando, brincando, correndo pela casa. Ô delícia de imaginação... Consigo ver todos reunidos na mesa, comemorando o natal, árvore cheia de presentes, aquela troca bacana, divertida... Não sei por que essa cena é a que mais me comove, e me faz lembrar o espírito “família feliz”. NUNCA tive isso, e por isso falo tanto que ser filha única é ruim.

Mas, quando comecei a amadurecer, criar asas, ganhar o mundo, trabalhar... As coisas começaram a mudar, eu já não me via tão solitária. Não ter irmãos já não era mais tão ruim... Fui criando laços, conquistando amizades verdadeiras que por muitos momentos acabaram tornando-se irmãos. Pessoas que estarão pra sempre no meu coração! Mas essa sensação durou apenas alguns anos.

Hoje, novamente me pego vendo como é ruim não ter irmãos... Porque seus pais acabam dependendo unicamente e exclusivamente de você. Se eles adoecem, você se torna responsável; com a idade deles avançando, você se torna mais responsável... É sempre você, você e você! Não que seja ruim ajudar os pais, mas a gente se torna responsável por tudo, acabamos sendo sobrecarregados, ficamos preocupados, querendo compartilhar decisões que algumas vezes depende apenas de nós.
Tipo, a minha mãe só tem a mim, e eu fico tensa só de pensar quando chegar o tempo que ela vai depender muito mais do que hoje. Não só financeiramente, mas emocionalmente. Porque essa hora sempre chega para todos os filhos, únicos ou não! A diferença é que com os filhos que tem irmãos, existe (ou pelo menos deveria existir) uma solidariedade, uma troca, uma união, uma unção de pensamentos e decisões.



Não sei se é pior ser filho único na infância, ou na velhice. Quando eu chegar aos 70 anos vou relatar esse meu questionamento.
Finalizando, como eu não sei o que falar sobre a vida dos que tem irmãos, quero que os leitores deixem aqui seus comentários sobre esse tema. Se você tem irmãos, divida comigo a sua história.

Um comentário:

  1. Poxa Ju, achei q vc tava me descrevendo...
    sou filha única e me sinto do mesmo jeito.
    comigo é assim tbm sou eu pra minha mãe e ela pra mim. Tenho muitos primos q convivo diariamente mas não é a mesma coisa neh... eles tem seus irmãos.
    Mas tento fazer com q isso não me abale muito.

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